Polifarmácia: você sabe o que é?

Prática pode levar a riscos graves e até à morte.

Com os avanços da indústria farmacêutica, é cada vez mais comum encontrar pessoas que tomam mais de um medicamento por dia, sejam eles prescritos por um profissional ou não. Mas, a ânsia pela cura ou pelo breve alívio das dores pode ser prejudicial à saúde.

Segundo a AARP, organização sem fins lucrativos dos EUA que tem como missão capacitar as pessoas a escolherem como querem viver ao envelhecerem, estima-se que aproximadamente metade dos adultos entre 70 e 79 anos, nos Estados Unidos, toma pelo menos cinco remédios prescritos, e um adicional de 10 a 20 por cento tomam mais do que 10. E o número tende a crescer.

No entanto, a polifarmácia, nome dado ao uso excessivo de medicamentos (mais do que cinco) diariamente, pode trazer sérios riscos à saúde, incluindo comprometimento cognitivo, quedas e interações negativas entre os remédios. Além disso, a AARP enfatiza que complicações pelo uso de medicamentos levam a milhares de hospitalizações e mortes por ano.

Por outro lado, também pode afetar a vida financeira do idoso: “Muitas vezes, as pessoas estão apertadas financeiramente por conta das medicações, e às vezes elas não tomam os medicamentos que deveriam porque não podem pagar por eles”, explica Anne Halli-Tierney, geriatra e professora assistente na Universidade do Alabama.

Para evitar o surgimento desses problemas, separamos três dicas sobre como administrar mais de um medicamento por dia.

  1. Revise as prescrições atuais com seu médico.

A próxima vez que tiver uma consulta com seu geriatra, leve as receitas de todos os seus remédios e peça para ele dar uma repassada com você. Aproximadamente metade dos idosos toma uma ou mais medicações desnecessárias, pesquisas indicam. E seu médico pode eliminar alguns ou ajudar a deixar sua lista mais eficiente.

  1. Avalie o uso dos remédios sem receita

Não se esqueça de levar em consideração os remédios sem prescrição que está tomando. Esses também possuem efeitos colaterais e podem interagir com os outros medicamentos.

“Anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno, são seguros em doses habituais, mas podem levar a úlceras estomacais e hemorragias se administrados com muita frequência”, diz Simon Haroutounian, professor de Anestesiologia na Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis.

O Tylenol também é perigoso, já que o composto dele é encontrado em diversos remédios prescritos e não prescritos, incluindo aqueles para gripes e resfriados.

  1. Faça perguntas antes de receber novas prescrições

Se o doutor te receitar um novo medicamento e não detalhá-lo, pergunte. Questione sobre os possíveis efeitos colaterais, assim como as interações que ele pode ter com outros medicamentos que está tomando. “Se os efeitos colaterais soarem muito severos ou como se fossem impactar na sua qualidade de vida, pergunte se o tratamento é realmente necessário”, aconselha Haroutounian.

É importantes saber se o remédio funcionará para você, ele diz. “Se uma pessoa não tem as ferramentas para monitorar seu funcionamento, e ela não é informada sobre o que isso significa, ela tende a apenas continuar tomando, mesmo que em muitos casos não seja benéfico”, adiciona.

E aí, você sabe para o que servem seus remédios de uso diário e se todos eles são realmente necessários e bons para você? Procure seu médico para tirar todas as dúvidas.

Fonte: AARP

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