Coronavírus: a vida termina aos 60?

Em entrevista ao jornalista e diretor geral da Rede Amigo do Idoso de São Paulo, Ricardo Mucci, o autor do blog Em Tempo, o jornalista e escritor Paulo Markun desabafa: “A ideia de que a vida não termina aos 60, isso está em discussão”.

Nas últimas semanas, várias notícias e atitudes de personalidades de grande influência revelaram o preconceito dos brasileiros com quem tem mais de 60 anos: pessoas que já “viveram suas vidas” e que não devem ser uma prioridade da sociedade em momentos extremos.

Foto: Paulo Markun

“Uma grande ameaça, como o Coronavírus, demonstra muito claramente que em certos momentos, em algumas condições, as sociedades vão ter que escolher quem vive e quem morre. E seremos nós, os velhos, os escolhidos para morrer.  Nós estamos vivendo algo dramático que está, por enquanto, subjacente a essas outras questões: se tem máscara ou não, se tem vacina ou não. Nós estamos vivendo algo terrível e não dá para driblar, temos que enfrentar”.

Foto: Vera Fritz

A presidente do Conselho Estadual do Idoso de São Paulo, Vera Fritz, tem a mesma preocupação e faz um apelo. “Aquele que tem a oportunidade de estar próximo ao outro, ele vai dar oportunidade para o outro aprender, conhecer, saber, e daí a gente pode dizer: valeu a pena. Porque o outro me complementa, não importa a idade. Importa o olhar que você tem para o outro, para o idoso. E quando a gente vai de olhos abertos, a gente vai encontrando pessoas, respostas. A gente só precisa estar de olhos e coração abertos”.

Não podemos fugir a questões tão cruéis do nosso tempo. Importante sempre lembrar que o maior desafio é fortalecer as redes de apoio aos idosos para que ninguém fique de fora e possa lutar por políticas públicas mais inclusivas.

Exatamente, por isso, nós da RAISP criamos a campanha: Fortaleça a rede de apoio aos idosos. Juntos, somos mais fortes”. Saiba mais e participe: https://bit.ly/2JRWllm 

 

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