É verdade que o sono muda com a idade

 Especialista tira dúvidas e dá dicas sobre o sono 50+

“O envelhecimento é um processo natural que também afeta o sono”, explica o neurologista do Instituto de Medicina e Sono de Campinas e Piracicaba, Shigueo Yonekura. O especialista em sono pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) conta que “as queixas referentes a noites mal dormidas aumentam entre 20% e 30% nas pessoas idosas, em comparação aos adultos mais jovens”.

Essas mudanças acontecem por alterações hormonais, no ritmo biológico e também no estilo de vida. Os mais velhos “demoram mais para adormecer, sonham menos e apresentam vários períodos de interrupção durante o sono”, segundo o neurologista. Ou seja, o sono é mais fragmentado e menos profundo.

Shigueo Yonekura, neurologista

Além desses fatores naturais, alterações psíquicas, como depressão, além de demências, como a doença de Alzheimer, podem prejudicar o sono. Até alguns medicamentos, que funcionam como excitantes, se utilizados à noite podem impactar.

A apneia aparece entre os transtornos mais comuns entre pessoas mais velhas e prejudica muito a saúde, elevando o risco de infarto e acidente vascular cerebral (derrame). Também pode prejudicar a vida a dois, por atrapalhar o sono de quem dorme ao lado.

Yonekura dá algumas dicas para a melhora de qualidade do sono:

  • Ter atividades regulares durante o dia para que se sintam mais cansados à noite. As atividades diárias regularizam o sono noturno;
  • Ir para a cama apenas quando tem sono;
  • Tentar deitar sempre à mesma hora;
  • Não fumar;
  • Evitar café, chá e outras bebidas estimulantes;
  • Ter refeições leves no jantar;
  • Evitar exercícios físicos vigorosos à noite;
  • Não deixar o quarto demasiado frio, nem demasiado quente;
  • Não ter relógio na mesa de cabeceira;
  • Deixar o quarto escuro na hora de dormir;
  • Evitar conversas em família preocupantes à noite;
  • Evitar estudar e trabalhar em eletrônicos na cama.

Além das alterações normais da idade, o estresse e o excesso de tecnologia são citados como possíveis causas para o aumento de distúrbios do sono, como a insônia. “O quarto foi invadido por televisão, DVD, aparelho de som, computador, internet, jogos eletrônicos… Diante de tantas opções fica difícil desligar”, explica o neurologista.

Então, se quer melhorar a qualidade do seu sono, comece por não levar os eletrônicos para a cama e nem assistir televisão já deitado. Vá deitar pensando apenas em dormir! “O ambiente deve ser convidativo para o sono”, destaca Yonekura.

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